Cobrança
BR-293 continua sem controladores de velocidade
Dnit não estabelece prazos para instalação e moradores do Capão do Leão planejam novas manifestações.
Leandro Lopes -
Os moradores do Capão do Leão ainda convivem com os acidentes e mortes na BR-293, ocasionados em sua maior parte pela falta de controladores de velocidade. Cerca de 50 dias após o protesto que uniu a comunidade no quilômetro 14 da rodovia, com queima de pneus e paralisação do tráfego, os novos equipamentos prometidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do Rio Grande do Sul (Dnit/RS) não têm previsão de serem instalados.
O prazo inicial era de duas semanas. No entanto, em reunião com a Superintendência do Dnit em Porto Alegre, uma comitiva de moradores e Poder Público recebeu a notícia de que a demanda se alongaria por dois meses, sem receber maiores garantias. Devido à falta de comprometimento, em junho a comunidade planeja fazer novo protesto, adianta o motorista Emerson da Silva Duarte, 33, um dos organizadores das manifestações.
Os moradores estão unidos na busca pela segurança no trânsito, conta ele, pois os acidentes vêm acontecendo com frequência entre os quilômetros 12 e 16, desde que o radar localizado próximo ao trevo de acesso a Capão do Leão foi danificado por vândalos, há mais de um ano. Apenas em 2017 foram registradas quatro mortes no trecho, conforme informações do Detran. Outra promessa feita à comunidade foi a de colocação de abrigos nos pontos de ônibus, mas o projeto não foi executado e a espera pelos coletivos ocorre abaixo de sol ou chuva. Por essa razão, um ato é planejado para o próximo sábado. Os moradores construirão uma estrutura de madeira no acostamento da BR-293, cujo material foi adquirido através de doações. "É um descaso com a população", critica Duarte, ao defender a ação simbólica. Os participantes antecipam a retirada do abrigo provisório pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A unidade local do Dnit comunicou que a autarquia não tem disponibilidade de verba para instalar novos controladores no momento, então a solução encontrada foi a retirada de dois dispositivos de outras rodovias, que serão realocados no trecho. A empresa responsável pelos controladores, Kopp Tecnologia, está fazendo um estudo de impacto a fim de decidir quais locais sofreriam menos com a retirada dos equipamentos para posterior redirecionamento, e o Dnit depende desses resultados, por isso prefere não falar em prazos.
Animais na pista
Outra reclamação feita pela comunidade durante o protesto de 7 de abril foi sobre os animais de grande porte soltos na pista. A fim de tentar evitar os acidentes, a prefeitura do município fechou um convênio com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em abril, no qual o Hospital Veterinário da universidade receberá por mês até 20 animais recolhidos nas vias. O serviço ainda não está em pleno funcionamento porque o Executivo não possui veículo para o transporte dos cavalos e vacas, mas uma alteração no Código de Posturas foi aprovada esta semana para possibilitar as mudanças e mais agilidade, informa o presidente da Câmara de Vereadores, Emerson Britto (PTB). A comunidade aguarda agora a compra de um reboque que fará o serviço.
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